sábado, 13 de fevereiro de 2016

A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR EM NOSSOS CULTOS

A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR EM NOSSOS CULTOS

Não há dúvidas de que o louvor exerce um papel importante em nossos cultos, pois, como bem escreveu Robson Rocha “a função do culto é o de prestar a Deus o louvor e a adoração que lhe são devidos”. Ademais, vale dizer que o uso da música no culto é uma herança judaica, a qual era executada com dedicação e maestria pelos levitas que foram designados para aquela função.
Um questionamento interessante que precisa ser respondido é se o papel que a música exerce é principal ou secundário. Em sendo principal, o louvor pode ter a mesma importância que a pregação expositiva. Quando exerce um papel secundário, logo a pregação da Palavra deve ter primazia, de modo que o louvor não ocupe a maior parte do culto e a substitua, consequentemente. Penso que o posicionamento mais equilibrado sobre essa questão surge quando compreendemos o objeto do louvor e da pregação de maneira distinta. Ora, a pregação é destinada a pessoas; já o objeto do louvor é o próprio Deus, teoricamente. Considerando isso, podemos dizer que esses dois elementos possuem funções distintas e se completam mutuamente, sem ocupar o espaço que não lhe é conveniente, contribuindo para uma celebração harmônica e racional (Rm 12.1).
No ambiente pentecostal temos a impressão de que o louvor é mais explorado do que em outros segmentos. Na assembleia de Deus, por exemplo, além dos tradicionais hinos congregacionais da Harpa Cristã, que são comumente chamados de “os 3 hinos de abertura”, abre-se oportunidades para os vocais, corais, banda da igreja local e qualquer irmão que tenha o seu nome no roteiro do culto. Normalmente, nesses cultos, uma pregação é precedida de um ou dois hinos e como não há mensagem oficial, pois todos ou quase todos obreiros pregam, diversos hinos são cantados ao longo do culto.
Os cânticos congregacionais ou os corinhos são cantados por toda a igreja, gerando uma adoração coletiva. No entanto, quando os conjuntos de louvor começam a cantar, a igreja não deve manter-se passiva, em absoluto, pois, enquanto eles louvam, devemos apreciar a música cantada como um todo, desde a melodia até o seu conteúdo. Mas, notamos que existe uma certa dificuldade nessa análise por parte dos irmãos, tendo em vista que nós não somos acostumados a julgar a letra de nossos hinos e, além disso, a sonorização de nossas igrejas é deficiente, isto é, quando um irmão ou um vocal canta uma música acompanhados pela banda da igreja, a parte instrumental se sobressai à voz. O som da bateria, principalmente, “abafa” a voz de quem está interpretando a música, de maneira que não há compreensão de seu conteúdo (exceto se a alguém o conhece), sendo, por conseguinte, improdutiva para a igreja.
Caros irmãos, dada a importância do louvor em nossos cultos, devemos ter um cuidado enorme ao executá-lo em nossa liturgia, de maneira que ele jamais ocupe o tempo dedicado à exposição da Palavra e nem seja usado em demasia. Ademais, a harmonia, de que falo, não se refere apenas ao fato de que é executado um hino seguido de uma pregação, mas também à sua consonância com a pregação expositiva da Palavra, pois de que adianta as pregações serem cristocêntricas se os louvores são puramente humanistas? Se o louvor e a pregação se completam, não faz nenhum sentido essa relação de oposição acima descrita, logo deve haver correspondência de discursos e não o choque desses.


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