A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR EM NOSSOS CULTOS
Não
há dúvidas de que o louvor exerce um papel importante em nossos cultos, pois,
como bem escreveu Robson Rocha “a função
do culto é o de prestar a Deus o louvor e a adoração que lhe são devidos”.
Ademais, vale dizer que o uso da música no culto é uma herança judaica, a qual
era executada com dedicação e maestria pelos levitas que foram designados para
aquela função.
Um
questionamento interessante que precisa ser respondido é se o papel que a
música exerce é principal ou secundário. Em sendo principal, o louvor pode ter a mesma importância que a pregação expositiva.
Quando exerce um papel secundário, logo a pregação da Palavra deve ter
primazia, de modo que o louvor não ocupe a maior parte do culto e a substitua, consequentemente.
Penso que o posicionamento mais equilibrado sobre essa questão surge quando
compreendemos o objeto do louvor e
da pregação de maneira distinta. Ora, a pregação é destinada a pessoas; já o objeto do louvor é o
próprio Deus, teoricamente. Considerando
isso, podemos dizer que esses dois elementos possuem funções distintas e se
completam mutuamente, sem ocupar o espaço que não lhe é conveniente, contribuindo
para uma celebração harmônica e racional (Rm 12.1).
No
ambiente pentecostal temos a impressão de que o louvor é mais explorado do que
em outros segmentos. Na assembleia de Deus, por exemplo, além dos tradicionais
hinos congregacionais da Harpa Cristã, que são comumente chamados de “os 3
hinos de abertura”, abre-se oportunidades para os vocais, corais, banda da
igreja local e qualquer irmão que tenha o seu nome no roteiro do culto.
Normalmente, nesses cultos, uma pregação é precedida de um ou dois hinos e como
não há mensagem oficial, pois todos ou quase todos obreiros pregam, diversos
hinos são cantados ao longo do culto.
Os
cânticos congregacionais ou os corinhos são cantados por toda a igreja, gerando
uma adoração coletiva. No entanto, quando os conjuntos de louvor começam a
cantar, a igreja não deve manter-se passiva, em absoluto, pois, enquanto eles
louvam, devemos apreciar a música cantada como um todo, desde a melodia até o
seu conteúdo. Mas, notamos que existe uma certa dificuldade nessa análise por
parte dos irmãos, tendo em vista que nós não somos acostumados a julgar a letra
de nossos hinos e, além disso, a sonorização de nossas igrejas é deficiente,
isto é, quando um irmão ou um vocal canta uma música acompanhados pela banda da
igreja, a parte instrumental se sobressai à voz. O som da bateria,
principalmente, “abafa” a voz de quem está interpretando a música, de maneira
que não há compreensão de seu conteúdo (exceto se a alguém o conhece), sendo,
por conseguinte, improdutiva para a igreja.
Caros
irmãos, dada a importância do louvor em nossos cultos, devemos ter um cuidado
enorme ao executá-lo em nossa liturgia, de maneira que ele jamais ocupe o tempo
dedicado à exposição da Palavra e nem seja usado em demasia. Ademais, a harmonia, de que falo, não se refere
apenas ao fato de que é executado um hino seguido de uma pregação, mas também à
sua consonância com a pregação expositiva da Palavra, pois de que adianta as
pregações serem cristocêntricas se os louvores são puramente humanistas? Se o
louvor e a pregação se completam, não faz nenhum sentido essa relação de
oposição acima descrita, logo deve haver correspondência de discursos e não o
choque desses.
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