sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE ADORAÇÃO E IDOLATRIA

Apesar de esses termos serem bastante usados nos círculos evangélicos, sem jamais cair no desuso, parece que ainda existe uma compreensão equivocada quanto a isso, já que, os evangélicos pentecostais, por exemplo, quando falam em adoração, frequentemente a associam aos cultos “avivados”, momento de louvor e oração e quando falam em idolatria, não conseguem tirar os olhos dos católicos romanos, ignorando que adoração é mais do que “levantar a mãos” e idolatria não se circunscreve apenas a devoção à mãe de Jesus.
Josué em , após ter reunido todas as tribos de Israel, relembrando os antigos conselhos da Lei de Deus, consegue conceituar adoração e idolatria e ao mesmo tempo destaca a diferença e semelhança entre ambas: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram os vossos pais dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).
Considerando o texto sagrado acima citado, podemos afirmar que tanto a adoração quanto a idolatria podem ser resumidas em uma única palavra: serviço.
Tudo o que podemos fazer em benefício de Deus e de seu reino é lhes prestar serviços, que inclui louvor, evangelismo, pregação, oração, dízimos, ofertas, limpeza do templo, sonoplastia, sistema de som e iluminação, e etc. Com esses exemplos, fica fácil entender que o conceito de adoração vai muito além de “cultos avivados” ou “altos louvores”, já que abarca até mesmo atividades menos valorizadas na igreja, como zelar o templo e sonoplastia!  E ainda falando sobre Josué, percebemos no texto que esse serviço espiritual é prestado à uma entidade, à uma pessoa que também é espiritual (mas pode ser humana), deixando claro que a semelhança entre adoração e  idolatria é o serviço prestado a entidades espirituais diferentes.
Teologicamente, a idolatria é uma adoração, mas nem toda adoração é idolatria, posto que no Antigo Testamento este último termo era associado literalmente aos ídolos confeccionados na manufatura, de modo que é impróprio alguém usar essa palavra para se referir a Deus.   
Ídolos não são apenas os homens canonizados pelo Catolicismo, mas também Maomé, Ogum, Iemanjá, Confúcio, e etc. Não podemos negar que os seguidores dessas três entidades lhe prestam serviços até mesmo sacrificiais, sob pena de serem castigados. Mas, e os artistas da música, do futebol e do cinema? Um fã é necessariamente um idólatra? Para respondermos a essa pergunta primeiro precisamos diferenciar um fã de um fanático. Este, segundo o Aurélio, é “alguém que adere cegamente a uma ideologia ou partido”, aquele é “um admirador exaltado”. Daí percebe-se que um fanático é alguém que é disposto a fazer quase tudo pelo seu artista (sacrifícios); alguém que não aceita criticar o seu ídolo; alguém que concorda com tudo o que o ele fala. Um fã é apenas um admirador que sabe aceitar críticas; sabe filtrar a obra do artista e é capaz de discordar dele. Por exemplo: sou fã do Ozéias de Paula, mas não gosto de toda as suas canções e reconheço que se não fosse Edson Coelho e Rev. Juán Romero, ele jamais seria o que é. Mas um fanático seria incapaz de reconhecer isso!

Como já falei, biblicamente, tanto idolatria quanto adoração são serviços prestados à uma entidade espiritual ou humana. Assim, quem é fã de um artista não é um idólatra. Já um fanático, se não for idólatra, está a um degrau da idolatria, considerando que o lugar, dedicação e devoção que pertencem a Deus são destinados ao artista de extrema admiração e sabemos que tudo o que toma o lugar de Deus em nossa vida torna-se nosso senhor

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