quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

29 ANOS DE SAUDADES!

11 de Janeiro de 2017. Exatamente hoje fazem 29 anos que perdemos o nosso Janires, um dos maiores gênios da música evangélica. O trágico acidente que levou-lhe a vida ocorreu em 1988 e deixou uma lacuna irreparável na nossa música. Pensando em Janires e o que ele representou para a música evangélica, o Blog do Áleckson Marcos traz aos seus leitores o texto de Paulinho Marotta sobre o dia de hoje e o seu significado para o Rebanhão.

"Conviver com Janires foi uma dádiva do Eterno. Uma das pessoas mais sérias que conheci, apesar do seu jeito informal de ser e evangelizar. Ele pregava com seu testemunho de vida. Não foram poucas as vezes que "Jajá" me surpreendeu com seu jeito desprendido e prestativo. Sempre recebia suas ofertas e fazia questão de  perguntar:
'Dúbatera, como é que você esta de grana aí? ,
Eu pensava que ele iria me pedir dinheiro...
Daí eu dizia: 'tô duro...'
Ele tirava da carteira um trocado significativo e me abençoava.
Grande exemplo de dependência do Senhor e grande fé.
Musicalmente aprendi muito com ele; que a simplicidade no tocar é tudo, que menos é mais.
Dias antes de sua morte haviamos tocado em um aniversário de um casal de amigos gêmeos Rosali e Ricardo aqui em BH numa sexta feira. Ele havia comprado passagens (...) para mim e para ele irmos ao Rio buscar o teclado do Gui que estava na assistência técnica . Algo me disse para não ir (com certeza o Espírito do Eterno). Quando Janires me ligou me confirmando nossa ida eu disse que não iria mais. Ele me xingou muito...rsrsrs... Me perguntou: 'Dúbatera, você é um homem ou um saco de batatas?' kkkkkkk.....
Então ele foi só para aquela viagem que seria a última de sua vida. Me despedi dele por telefone e combinamos de nos encontrar segunda a noite no Clubão da MPC (reunião evangelistica para mais de 2.000 de jovens) onde a Banda Azul tocava semanalmente.
Momentos de apreenção na segunda feira.  19:30, hora de iniciar a reunião e nada do Janires chegar....
Oramos entregando aquela situação ao Senhor e demos início ao Clubão, que até o final não haviamos tido notícias dele.
Na terça pela manhã a polícia rodoviaria federal ligou para MPC avisando sobre o acidente, o capotamento do ônibus em Tres Rios , a morte de Janires e mais 5 pessoas. Foi um baque pra mim, primeiro a morte do meu melhor amigo e o livramento que tive.
Partimos então para Brasília onde foi feito o velório e o enterro, com direito a Banda Azul tocando ao lado do caixão do nosso irmão mais velho e sendo consolados por sua mãe Dona Luzia, grande exemplo de fé.
Uma cena marcante foi a chegada do corpo a igreja de Nova Vida onde foi feito o velório, o caixão mais uma bolsa de roupas, um violão Ovation, um casaco de la e sua inseparável Bíblia. Era "tudo" que ele tinha na vida. Janires, um grande exemplo de fidelidade ao Senhor e desprendimento das coisas materias.
Sou grato ao Senhor pelo privilégio de ter convivido com Janires."