sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

4 COISAS QUE NÃO TE CONTARAM SOBRE OS SALMOS

Sem dúvidas este é um dos livros da Bíblia mais amado pelos evangélicos ao redor do mundo, em razão de sua linguagem fácil, poética e associada diretamente à devoção de um cristão e torna-se um livro predileto dos que estão iniciando a arte da pregação. No entanto, os Salmos são mais do que poesias, mais do que devoção e mais do que hinos, pois, sendo inspirados por Deus, abordam conteúdos semelhantes aos demais livros, só que de forma poética.
Algumas considerações devem ser feitas a respeito do livro dos Salmos para que não permaneça aquele velho conceito popular de que este é apenas de um livro de poesias ou de louvor e que não deva ser levado a sério como os demais livros da Bíblia. Usei a expressão “levado a sério” não para dizer que os cristãos assim o fazem, pois estaria contradizendo o que falei no início do texto, mas para dizer que muitos pastores, senão a maioria, não gosta de doutrinar em Salmos, por que ainda mantém esse velho conceito popular de que falei e, além disso, entendem que toda a música deve ser somente de adoração, desconsiderando que música é edificação, evangelização e doutrinação, por exemplo!
Tendo em vista esses conceitos entre os cristãos, abaixo faço um resumo sobre as coisas que não te contaram sobre os Salmos:
         1.    Salmos Não Justificam o Evangelho da Autoajuda
Muitos ensinadores para justificar o culto ao homem se apegam a textos     isolados, mas uma grande diferença entre a autoajuda e o consolo de Deus (ou ajuda do alto, segundo Ciro Sanches Zibordi) é que aquela é puramente humanista e esta é essencialmente cristocêntrica. Em outras palavras, a autoajuda exalta possíveis habilidades e poderes que há no homem para vencer uma situação difícil. Já o consolo de Deus revela a nossa situação precária e a sua providência em nosso favor (c.f. Sl 40.2; 51.5 e 119.25).
               2.    Salmos Detalham Profundamente o Caráter de Deus
Não há como negar que nos Salmos encontramos uma descrição de como e quem é Deus, sendo apurada por alguém que conheceu a Deus na sua intimidade devocional. Por isso, em Salmos encontramos um Deus poderoso e salvador (c.f. 18.2;), misericordioso e fiel (c.f. 36.5 e 51.1), grande e eterno (c.f. 48.1 e 90.1), bom e reto (c.f. Sl 25.8), atemporal e justo (c.f 90.4,11) onisciente, onipresente e onipotente (Sl 139).
3.    Salmos São Doutrinas em Forma de Música
É claro que a carta aos Romanos contém basicamente todas as doutrinas do Cristianismo, mas não devemos ignorar que o livro de Salmos fala da Doutrina do Pecado (c.f. Sl 51. 3,5), do Perdão (c.f. Sl 103.3), da Salvação (c.f. Sl 3.2,8 e 62.1), da Oração (c.f. 63.1 e 64.1), da Eleição (c.f. Sl 139.13), do Evangelismo (c.f. Sl 126.6), dos Anjos (c.f Sl 91.11 e 104.4) da Inspiração das Escrituras (c.f. Sl 119), da Existência de Deus (c.f. Sl 8.1, 14.1 e 19.1), e etc. além dos versos sobre os atributos de Deus, conforme descritos anteriormente.
                      4.    Salmos são Profecias
O que muita gente ainda não sabe é que em todo o livro dos salmos encontramos diversas profecias referentes ao futuro de Israel na chamada Batalha do Armagedom (c.f. Sl 2;3;4; 20.1 e 70), ao nascimento, traição e sofrimento de Jesus (c.f. Sl 2.7; 41.9 e 22), ao Milênio (c.f. Sl 93.1), à Grande Tribulação (c.f. Sl 110 e 46). O que mais me chama a atenção é a descrição uniforme do salmo 46 com o cenário pós-tribulação prevista em Apocalipse 19. 11-21! Os Salmos 46 antecede o que João viu nos 7 selos, 7 trombetas e 7 anjos e ainda prevê a salvação de Israel no Armagedom!

Portanto, tendo em vista esses 4 pontos acima desenvolvidos, resta-nos dizer que o livro dos Salmos não são apenas canções de fácil memorização, mas um livro que nos ensina que música/poesia cristã é, acima de tudo, uma obra embasada em princípios cristãos. Ademais, é um grave erro usar o livro de Salmos somente nos momentos difíceis em que estamos passando ou mesmo justificar o falacioso evangelho da autoajuda, desconsiderando as profecias, doutrinas e atributos de Deus em cada verso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE ADORAÇÃO E IDOLATRIA

Apesar de esses termos serem bastante usados nos círculos evangélicos, sem jamais cair no desuso, parece que ainda existe uma compreensão equivocada quanto a isso, já que, os evangélicos pentecostais, por exemplo, quando falam em adoração, frequentemente a associam aos cultos “avivados”, momento de louvor e oração e quando falam em idolatria, não conseguem tirar os olhos dos católicos romanos, ignorando que adoração é mais do que “levantar a mãos” e idolatria não se circunscreve apenas a devoção à mãe de Jesus.
Josué em , após ter reunido todas as tribos de Israel, relembrando os antigos conselhos da Lei de Deus, consegue conceituar adoração e idolatria e ao mesmo tempo destaca a diferença e semelhança entre ambas: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram os vossos pais dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).
Considerando o texto sagrado acima citado, podemos afirmar que tanto a adoração quanto a idolatria podem ser resumidas em uma única palavra: serviço.
Tudo o que podemos fazer em benefício de Deus e de seu reino é lhes prestar serviços, que inclui louvor, evangelismo, pregação, oração, dízimos, ofertas, limpeza do templo, sonoplastia, sistema de som e iluminação, e etc. Com esses exemplos, fica fácil entender que o conceito de adoração vai muito além de “cultos avivados” ou “altos louvores”, já que abarca até mesmo atividades menos valorizadas na igreja, como zelar o templo e sonoplastia!  E ainda falando sobre Josué, percebemos no texto que esse serviço espiritual é prestado à uma entidade, à uma pessoa que também é espiritual (mas pode ser humana), deixando claro que a semelhança entre adoração e  idolatria é o serviço prestado a entidades espirituais diferentes.
Teologicamente, a idolatria é uma adoração, mas nem toda adoração é idolatria, posto que no Antigo Testamento este último termo era associado literalmente aos ídolos confeccionados na manufatura, de modo que é impróprio alguém usar essa palavra para se referir a Deus.   
Ídolos não são apenas os homens canonizados pelo Catolicismo, mas também Maomé, Ogum, Iemanjá, Confúcio, e etc. Não podemos negar que os seguidores dessas três entidades lhe prestam serviços até mesmo sacrificiais, sob pena de serem castigados. Mas, e os artistas da música, do futebol e do cinema? Um fã é necessariamente um idólatra? Para respondermos a essa pergunta primeiro precisamos diferenciar um fã de um fanático. Este, segundo o Aurélio, é “alguém que adere cegamente a uma ideologia ou partido”, aquele é “um admirador exaltado”. Daí percebe-se que um fanático é alguém que é disposto a fazer quase tudo pelo seu artista (sacrifícios); alguém que não aceita criticar o seu ídolo; alguém que concorda com tudo o que o ele fala. Um fã é apenas um admirador que sabe aceitar críticas; sabe filtrar a obra do artista e é capaz de discordar dele. Por exemplo: sou fã do Ozéias de Paula, mas não gosto de toda as suas canções e reconheço que se não fosse Edson Coelho e Rev. Juán Romero, ele jamais seria o que é. Mas um fanático seria incapaz de reconhecer isso!

Como já falei, biblicamente, tanto idolatria quanto adoração são serviços prestados à uma entidade espiritual ou humana. Assim, quem é fã de um artista não é um idólatra. Já um fanático, se não for idólatra, está a um degrau da idolatria, considerando que o lugar, dedicação e devoção que pertencem a Deus são destinados ao artista de extrema admiração e sabemos que tudo o que toma o lugar de Deus em nossa vida torna-se nosso senhor

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR EM NOSSOS CULTOS

A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR EM NOSSOS CULTOS

Não há dúvidas de que o louvor exerce um papel importante em nossos cultos, pois, como bem escreveu Robson Rocha “a função do culto é o de prestar a Deus o louvor e a adoração que lhe são devidos”. Ademais, vale dizer que o uso da música no culto é uma herança judaica, a qual era executada com dedicação e maestria pelos levitas que foram designados para aquela função.
Um questionamento interessante que precisa ser respondido é se o papel que a música exerce é principal ou secundário. Em sendo principal, o louvor pode ter a mesma importância que a pregação expositiva. Quando exerce um papel secundário, logo a pregação da Palavra deve ter primazia, de modo que o louvor não ocupe a maior parte do culto e a substitua, consequentemente. Penso que o posicionamento mais equilibrado sobre essa questão surge quando compreendemos o objeto do louvor e da pregação de maneira distinta. Ora, a pregação é destinada a pessoas; já o objeto do louvor é o próprio Deus, teoricamente. Considerando isso, podemos dizer que esses dois elementos possuem funções distintas e se completam mutuamente, sem ocupar o espaço que não lhe é conveniente, contribuindo para uma celebração harmônica e racional (Rm 12.1).
No ambiente pentecostal temos a impressão de que o louvor é mais explorado do que em outros segmentos. Na assembleia de Deus, por exemplo, além dos tradicionais hinos congregacionais da Harpa Cristã, que são comumente chamados de “os 3 hinos de abertura”, abre-se oportunidades para os vocais, corais, banda da igreja local e qualquer irmão que tenha o seu nome no roteiro do culto. Normalmente, nesses cultos, uma pregação é precedida de um ou dois hinos e como não há mensagem oficial, pois todos ou quase todos obreiros pregam, diversos hinos são cantados ao longo do culto.
Os cânticos congregacionais ou os corinhos são cantados por toda a igreja, gerando uma adoração coletiva. No entanto, quando os conjuntos de louvor começam a cantar, a igreja não deve manter-se passiva, em absoluto, pois, enquanto eles louvam, devemos apreciar a música cantada como um todo, desde a melodia até o seu conteúdo. Mas, notamos que existe uma certa dificuldade nessa análise por parte dos irmãos, tendo em vista que nós não somos acostumados a julgar a letra de nossos hinos e, além disso, a sonorização de nossas igrejas é deficiente, isto é, quando um irmão ou um vocal canta uma música acompanhados pela banda da igreja, a parte instrumental se sobressai à voz. O som da bateria, principalmente, “abafa” a voz de quem está interpretando a música, de maneira que não há compreensão de seu conteúdo (exceto se a alguém o conhece), sendo, por conseguinte, improdutiva para a igreja.
Caros irmãos, dada a importância do louvor em nossos cultos, devemos ter um cuidado enorme ao executá-lo em nossa liturgia, de maneira que ele jamais ocupe o tempo dedicado à exposição da Palavra e nem seja usado em demasia. Ademais, a harmonia, de que falo, não se refere apenas ao fato de que é executado um hino seguido de uma pregação, mas também à sua consonância com a pregação expositiva da Palavra, pois de que adianta as pregações serem cristocêntricas se os louvores são puramente humanistas? Se o louvor e a pregação se completam, não faz nenhum sentido essa relação de oposição acima descrita, logo deve haver correspondência de discursos e não o choque desses.