Apesar
de esses termos serem bastante usados nos círculos evangélicos, sem jamais cair
no desuso, parece que ainda existe uma compreensão equivocada quanto a isso, já
que, os evangélicos pentecostais, por exemplo, quando falam em adoração, frequentemente
a associam aos cultos “avivados”, momento de louvor e oração e quando falam em
idolatria, não conseguem tirar os olhos dos católicos romanos, ignorando que
adoração é mais do que “levantar a mãos” e idolatria não se circunscreve apenas
a devoção à mãe de Jesus.
Josué
em , após ter reunido todas as tribos de Israel, relembrando os antigos
conselhos da Lei de Deus, consegue conceituar adoração e idolatria e ao mesmo
tempo destaca a diferença e semelhança entre ambas: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram os vossos pais dalém do rio,
ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).
Considerando
o texto sagrado acima citado, podemos afirmar que tanto a adoração quanto a
idolatria podem ser resumidas em uma única palavra: serviço.
Tudo
o que podemos fazer em benefício de Deus e de seu reino é lhes prestar serviços, que inclui louvor, evangelismo,
pregação, oração, dízimos, ofertas, limpeza do templo, sonoplastia, sistema de
som e iluminação, e etc. Com esses exemplos, fica fácil entender que o conceito
de adoração vai muito além de “cultos avivados” ou “altos louvores”, já que
abarca até mesmo atividades menos valorizadas na igreja, como zelar o templo e
sonoplastia! E ainda falando sobre
Josué, percebemos no texto que esse serviço espiritual é prestado à uma entidade,
à uma pessoa que também é espiritual (mas pode ser humana), deixando claro que a semelhança entre
adoração e idolatria é o serviço prestado
a entidades espirituais diferentes.
Teologicamente,
a idolatria é uma adoração, mas nem toda adoração é idolatria, posto que no
Antigo Testamento este último termo era associado literalmente aos ídolos
confeccionados na manufatura, de modo que é impróprio alguém usar essa palavra para
se referir a Deus.
Ídolos
não são apenas os homens canonizados pelo Catolicismo, mas também Maomé, Ogum,
Iemanjá, Confúcio, e etc. Não podemos negar que os seguidores dessas três
entidades lhe prestam serviços até mesmo sacrificiais, sob pena de serem
castigados. Mas, e os artistas da música, do futebol e do cinema? Um fã é
necessariamente um idólatra? Para respondermos a essa pergunta primeiro
precisamos diferenciar um fã de um fanático. Este, segundo o Aurélio, é “alguém
que adere cegamente a uma ideologia
ou partido”, aquele é “um admirador exaltado”. Daí percebe-se que um fanático é
alguém que é disposto a fazer quase tudo pelo seu artista (sacrifícios); alguém
que não aceita criticar o seu ídolo; alguém que concorda com tudo o que o ele
fala. Um fã é apenas um admirador que sabe aceitar críticas; sabe filtrar a
obra do artista e é capaz de discordar dele. Por exemplo: sou fã do Ozéias de
Paula, mas não gosto de toda as suas canções e reconheço que se não fosse Edson
Coelho e Rev. Juán Romero, ele jamais seria o que é. Mas um fanático seria incapaz
de reconhecer isso!
Como
já falei, biblicamente, tanto idolatria quanto adoração são serviços prestados
à uma entidade espiritual ou humana. Assim, quem é fã de um artista não é um idólatra.
Já um fanático, se não for idólatra, está a um degrau da idolatria,
considerando que o lugar, dedicação e devoção que pertencem a Deus são destinados
ao artista de extrema admiração e sabemos que tudo o que toma o lugar de Deus
em nossa vida torna-se nosso senhor
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