terça-feira, 21 de novembro de 2017

ÁLECKSON MARCOS ENTREVISTA JOSÉ CARLOS!

Em 1978 o mundo evangélico conhecia o cantor de Recife Jose Carlos com o lançamento do LP Eu Vejo Deus, que rapidamente encantou pela voz e a produção da gravadora Canaã, que não poupou cordas e metais ao vivo, fato raro na época com Lps evangélicos. 

Com um talento e estilo único, José Carlos imprime em suas canções um mix de poesia, percepções pessoais sobre a vida, pessimismo e suas críticas ferrenhas às distorções do evangelho no cenário cristão do Brasil, o que o levou a receber uma avalanche de críticas. 
Foram 10 álbuns gravados: "Eu Vejo Deus", "Philadelfia", "Anjos", "Meditando", "Anestesia", "Homens de Pó", "Tradição", "O Melhor de José Carlos Vol. 1", "Eu Não Vejo Deus", "Olhar Para Cima" e o DVD "José Carlos 33 Anos".

Passados 39 anos José Carlos lança mais um projeto e é sobre isso que vamos falar com ele e aproveitar para abordar outros assuntos dentro do universo musical e estrear a Série 10 Perguntas! 


Reviva Gospel – O que levou o José Carlos a música?

José Carlos – Acho que a própria música. Quando eu era criança ia para a igreja, mesmo a pulso, forçado, mas eu já gostava de cantar. Só um detalhe: eu era super desafinado! Daí, cantar, de fato, foi depois que me decidi na minha adolescência e continuei gostando de cantar na igreja e houve um milagre: eu deixei de ser desafinado – isso é coisa de Deus!
Quando criança ouvia muito Feliciano Amaral e daí, depois que me decidi por Jesus, a minha influência mesmo, a princípio, foi Luiz de Carvalho.

Reviva Gospel – José Carlos, você fez parte da primeira formação do lendário grupo Embaixadores de Sião. Como foi a passagem por lá e o que isso representou para você?

José Carlos – Nos anos 70, tivemos a visita aqui em Recife do cantor Antônio Bicudo que passou uma temporada aqui. Ele viajou muito, tanto por aqui como por outras cidades, sempre acompanhado pelo conjunto Embaixadores de Sião. Se vocês lembrarem, Antônio Bicudo já faleceu e ele era de São Paulo e depois do período que ele passou por aqui voltou para São Paulo e o Isaac Oliveira, que era o tecladista do Embaixadores de Sião, me convidou para participar do conjunto; eu aceitei e fiquei cantando as músicas que o Antônio Bicudo cantava aqui. Foi aí a nossa participação. Foi um grande marco na minha vida, mas, infelizmente, tive que sair ou felizmente também, Deus sabe, por que, logo em seguida, eu gravei o meu primeiro LP "Eu Vejo Deus!" – na época em 1978 - e o Embaixadores de Sião também gravou nesse mesmo ano um pouco antes de mim. E eu gostava muito de cantar as músicas do Antônio Bicudo, assim como também no início eu cantava algumas músicas do Ozeias de Paula. Gostava muito!

Reviva Gospel – Seu primeiro LP “Eu Vejo Deus” bombou no Rio de Janeiro. Como foi essa experiência?

José Carlos – Esse trabalho também foi muito marcante, porque tivemos a participação na direção, na produção, dos arranjos do grande maestro e amigo Jaziel Braga que, além de grande arranjador, ele deu muita vida às canções. Em 77, participamos de um concurso pela gravadora Canaã de propriedade do Pr. Aurílo Carneiro da Cunha aqui de Recife e tanto eu como a Leni Silva tiramos em primeiro lugar, na época. Daí fomos ao Rio de Janeiro, viajamos bastante, não somente pelo Rio como também quase todo o Brasil, na época, e nosso trabalho foi muito bem divulgado através da Rádio Copacabana, através do programa do saudoso Josias Menezes.

Reviva Gospel – Mesmo depois de 35 anos, “Philadelfia” continua sendo o seu grande sucesso. Qual a história dessa música?

José Carlos – O surgimento de “Filadélfia” foi assim: fomos ao Rio de Janeiro na cidade de Nilópolis participar do aniversário do “Coral Philadéfia” da Assembleia de Deus de lá e durante a mensagem que o pregador falava sobre a carta à igreja de Philadéfia, Deus me deu essa canção. E sucesso, eu só posso explicar uma coisa: É Deus! Essa música é um mistério em minha vida, um mistério divino.

Reviva Gospel – Outra coisa, José Carlos, suas letras não são convencionais. Você fala de situações pouco faladas nas canções evangélicas e já fez composições um tanto polêmicas (“Cansei de Ser Crente”, “Sepulcro Caiado”). O que tira inspira a compor?

José Carlos – Acho que isso tem muito a ver com a minha personalidade e creio que Deus vê isso e tira proveito, porque é ele quem me dá as canções e eu não consigo compô-las propositalmente. Quando vem a inspiração eu vou, escrevo e faço já junto com os arranjos, como se tivesse tudo gravado com orquestra. Faz parte de Deus, na minha concepção. Eu não sou um compositor proposital. Eu lembro que no tempo que gravei “Cansei de Ser Crente”, o Jornal Mensageiro da Paz criticou essa canção, apenas pelo título, por que se tivesse se aprofundado teriam entendido e não teriam criticado daquela forma.

Reviva Gospel – Você veio de uma geração em que o cenário da música cristã era outro. Como você vê a música gospel hoje?

José Carlos – Vejo muita coisa boa, mas também vejo muito lixo. Eu vejo a música gospel como um grande buffet self-service. Sirva-se, ou  melhor, salve-se quem puder!

Reviva Gospel – É interessante que há ainda há exceções na moderna música gospel, como você disse. Você sempre divulga em suas mídias sociais o Culto do Vinil. O que é oCulto do Vinil?

Discografia José Carlos
José Carlos – O Culto do Vinil é um culto que eu e mais alguns colegas cantores aqui da terra participamos, praticamente de uma a duas vezes por mês. São cantores da nossa terra, como já falei, são cantores do vinil (...) só quem gravou vinil é que participa desse culto. Somos ao todo 7 cantores. Dentro de nosso projeto, além de cantar em diversas igrejas, nós também temos o projeto de evangelizarmos nas praças e outras localidades.

Reviva Gospel – José Carlos, já falamos da nova música gospel e de suas mudanças. Você está com um disco novíssimo, né? Fale para nós sobre esse novo trabalho e o que esperar dele.

José Carlos – É verdade. Estamos com o lançamento do Volume I da trilogia “José Carlos – Para Gregos, Jovens e Troyanos”. É um trabalho, pra mim pelo menos, inovador. É só um pouquinho mais diferente do que temos feito esses anos, mas tem uma proposta bem interessante, um trabalho bem eclético que a gente tenta com essas composições agradar a “gregos, jovens e troianos”. Então, quem adquirir o trabalho vai saber o que eu estou falando, vai entender melhor. Mas, eu tô muito satisfeito com esse trabalho. Pra mim é um dos melhores, senão o melhor que já gravei até hoje; tá sendo uma experiência gratificante pra mim, como se eu tivesse gravando o meu primeiro CD – a emoção é essa e a gratidão a Deus por tudo!
Vale ressaltar que nesse trabalho tem uma canção que pra mim é o meu xodó. Eu tenho um xodó nesse CD, mas o principal xodó chama-se Vem Cá...zuza – é uma homenagem póstuma que estamos fazendo ao poeta Cazuza, baseado no seguinte fato de que a enfermeira que cuidou dele durante sua trajetória de enfermidade, viagens e tudo mais, ela evangelizou ele e eu tomei conhecimento que ela escreveu o livro Fiz Parte Desse Showe nesse livro ela narra que Cazuza realmente se converteu. Então, baseado nesse fato, a letra dessa música, o título Vem Cá...zuza, é como se fosse Jesus chamando ele na hora da morte e a letra é ele falando pra Jesus na hora morte. Eu acredito que muitos vão gostar! É uma Bossa Nova. Diria até um "Bossarelo", palavra que criei agora: mistura de bossa com bolero!

Reviva Gospel – Quem quiser agendar o José Carlos para todo o Brasil, como faz?

José Carlos – É bem simples nos convidar. Pode ser através do e-mailcomunidadejosecarlos@yahoo.com.br. Pode ser pelos telefones (81) 987528956 (OI) e tem o Tim também que é o meu Whatsapp: (81) 996186801. Vale salientar que não é um absurdo me convidar. Também não é um absurdo a gente atender.

Reviva Gospel – José Carlos, fique à vontade para as suas considerações finais.

José Carlos – Sinto-me honrado com o convite do amigo Ledinilson para a entrevista, por lembrarem de nosso trabalho. Sinto-me feliz ao ver que pessoas, em especial jovens, tem atendido nossas mensagens e isso é muito gratificante. O que tento passar são coisas que partem do coração de Deus para mim e com amor e humildade compartilho com o público. Tudo isso vem dEle e para a Sua glória! Obrigado!


Reviva Gospel – Nós que lhe agradecemos a gentileza, a comunhão fraterna e externamos nossa gratidão e alegria por ter atendido ao convite do Reviva!

Em Cristo, Áleckson Marcos
          

domingo, 5 de novembro de 2017

SERGINHO HERVAL ANUNCIA GRAVAÇÃO DE MÚSICA GOSPEL!

O baterista e um dos vocalistas do Roupa Nova criou recentemente um canal no YouTube para divulgação de seu trabalho paralelo voltado ao mercado evangélico, a princípio com regravações e versões em Português de grandes sucessos do grupo cristão inglês Hillsong United.

O novo canal no YouTube "é um lugar onde você vai poder ver o Serginho Herval desenvolvendo e mostrando um novo trabalho completamente diferente daquilo que faz há muitos anos no Roupa Nova (...) e que de alguma forma as letras, as mensagens desses louvores possam impactar vocês. Aqui eu vou falar de Jesus", segundo as próprias palavras de Serginho.

A Hillsong e especificamente a igreja desse ministério (Hillsong Church) tem uma grande importância na vida do cantor, pois, segundo ele, foi o lugar onde foi impactado, no entanto, a sua decisão ao evangelho não é recente. O ano de 1994, foi o ano em que tomou a decisão de frequentar uma igreja e tornar-se evangélico e, em seguida, o Cleberson Horsth também tomou a mesma decisão.
Em 1996, Sérgio Herval participou da gravação do álbum "Há Luz", o terceiro da Banda Raízes, em que cantou a 4ª faixa intitulada "Estrelas". De lá pra cá, o seu envolvimento com a música cristã se deu em importantes álbuns do segmento no Brasil, como "Quebrantado Coração" de Fernanda Brum (2002) e "Pra Valer A Pena" de Kleber Lucas 2003), em que atuou como baterista.
Com Aline Barros a parceria é desde o seu primeiro disco "Sem Limites" (1995), seguidos de "Voz do Coração" (1997), "O Poder do Teu Amor" (2000), "Fruto de Amor" (2003) e "Extraordinário Amor de Deus" (2011), em que atuou como baterista e no back vocal.

É importante destacar que os demais integrantes do Roupa Nova também tem envolvimento direto com a produção da música cristã no Brasil (assunto para outro post).

Talento e carisma todos nós sabemos que o Serginho tem, sendo um dos primeiros a tocar bateria e cantar simultaneamente no Brasil. Agora resta-nos aguardar o desenvolvimento do seu novo projeto e que repercussão isso terá.