sexta-feira, 28 de outubro de 2016

DAMARES NÃO APRENDE MESMO!


Conforme já disse o poeta João Alexandre, a música cristã no Brasil não passa de mera repetição e isso se aplica quase exclusivamente à artistas ligados ao meio pentecostal (ao qual pertenço) que mesmo sofrendo duras críticas não conseguem alinhar suas composições às principais doutrinas cristãs.
Damares já apanhou muito por causa de “Sabor de Mel”, contudo parece que ela não aprende mesmo, pois depois de “Sabor de Mel” vieram outros sucessos com o mesmo teor triunfalista e há pouco mais de duas semanas ela lançou o primeiro single intitulado “Ressuscita” de Moisés Cleyton (aquele que faz dueto com Giselli Cristina) que faz parte do próximo álbum da cantora. Inicialmente, antes de verificar a letra, pensei que se tratava da maravilhosa doutrina da Ressurreição dos Santos, no entanto, a composição não passa de mera cópia de “Ressuscita-me” de Anderson Freire, interpretada por Aline Barros. O cara (Moisés) não foi criativo nem no título da música e apenas nos mostra que existem algumas temáticas, clichês e frases de efeito que, quando estão na moda, se fazem presentes nos grandes hits evangélicos, como a temática dos “sonhos”, da “geração apaixonada”, das “chuvas de poder, de avivamento, de cura” ou os famosos “como Zaqueu”, “como José”, “como Davi” e por aí vai.
O single, por ser uma cópia mal feita de “Ressuscita-me”, claro, aborda o caso da ressurreição de Lázaro e aí está o texto completo da composição:
O vento forte tem soprado
O medo quer te sufocar
A noite escura te apavora
O sol pra ti não quer brilhar
Não vejo mais o seu sorriso
Parece que o sonho acabou
Estão na cova seus projetos
A esperança terminou
Mas lá vem Ele na estrada
Em sua casa vai chegar
Vem pra ressuscitar os seus sonhos
A pedra não vai segurar
Ele te chama pelo nome
Vem para fora, amigo meu
A história não termina assim
Tu és Meu filho, Eu sou Teu Deus
Ressuscita, ressuscita
A esperança que morreu
Ressuscita, ressuscita
Eu sou Jesus, Filho de Deus
Amigo seu













Difícil é saber para quem ela está cantando. Claro, para Jesus não é! Mas me refiro à quem ouve. Na casa de quem Jesus vai chegar, ressuscitar os sonhos, remover a pedra e chamar pelo nome? Seria na casa de todas as pessoas que ouvirem a música? Se assim o for, então os evangélicos estão bem e voltarão a sonhar à vontade! E se não for assim? Aí vale o que já disse o cantor Marcos Aurélio em crítica: a lei da probabilidade. Mas infelizmente, como o próprio Marco Aurélio já disse, não funciona assim as coisas com Deus.
Mas eu encontrei um “enigma” na música! O compositor disse que Deus vai ressuscitar os sonhos, mas ele não diz que esses sonhos serão realizados. Ora, se Deus ressuscitar os sonhos e não os realizar, logo estará brincando com a fé dos sonhadores e seria melhor deixá-los mortos. De outra forma, como é que o compositor sabe que Deus vai ressuscitar os sonhos de todos que ouvirem a música? É muita besteira...





sábado, 22 de outubro de 2016

A SUPERSTIÇÃO RELIGIOSA

Às vésperas da comemoração dos 499 anos da Reforma Protestante (31 de outubro de 1517) boa parte dos evangélicos ainda se vê cercada de incontáveis crendices que a coloca, nesse sentido, na mesma posição dos católicos! O esforço heroico de Lutero está sendo invalidado dia a após dia não apenas pela falta de consideração que boa parte das igrejas tem pela Reforma, mas também pela volta de crenças populares que são transformadas paulatinamente em doutrina que, inclusive podem definir a até perda da salvação de membros de determinadas igrejas, quando esta se dá exclusivamente pela graça (Ef 2.8,9). Diante disso, é oportuno diferenciarmos o que é uma doutrina bíblica e o que é uma mera superstição.
O QUE É SUPERSTIÇÃO

Na Bíblia essa palavra aparece pela primeira e única vez em Atos dos Apóstolos 25.19 e 17.22. O termo procede de duas pa­lavras gregas cujo sentido é "temor aos demônios, aos espíritos malignos ou as divindades pagãs". Portanto, o vo­cábulo superstição designa um sen­timento religioso fundamentado na ig­norância, no medo de coisas sobrena­turais e na confiança em coisas inefi­cazes. Trata-se, por conseguinte, de uma crendice popular baseada em crenças infundadas, ou melhor, fundamentadas na experiência dos antepassados. O dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define o termo como “crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas.”.

E em que devemos fundamentar as nossas crenças? Aquilo que acreditamos ser a verdade deve estar fundamentado em dois grandes pilares, pelo menos: na Ciência e na Fé Bíblica. Desse modo, podemos classificar a superstição em quatro grupos: a Superstição Popular, Superstição Religiosa, Superstições Previsíveis e Simpatias Curativas.
Superstição Popular – É aquela surgida pela tradição dos antepassados com relação a fatos que não tem ligação nenhuma com o mundo espiritual e diz respeito a coisas do dia a dia que podem trazer prejuízos ou benefícios para quem nela crê. Vejamos alguns exemplos abaixo:

1.     “Se não quiser casar peça para alguém varrer seu pé.”
2.     “Espetar um alfinete na roupa do marido garante a felicidade”.
3.     "Apontar estrelas cria verrugas nos dedos.”
4.     “Cortar goiaba com faca fazer surgir bichos nas outras goiabas.”

O teólogo Jeferson Magno Costa ainda destaca as superstições ligadas a avisos, ou seja, as Superstições Previsíveis e nesta categoria estão:
1.     Pica-pau cantando no quintal é sinal de mulher grávida.
2.     “Mulher grávida que põe chave no peito, o filho terá o lábio rachado”.
3.     “Urubu cantando é sinal de que alguém morreu”.
4.     “Palma da mão coçando é sinal de dinheiro chegando.” 

 Simpatias Curativas – Segundo Jeferson Magno, são as superstições usadas para fins medicinais e “revela atitudes perigosas, imundas e ridículas”, conforme veremos a seguir:
1.     “Passar osso de boi em verruga faz a ela cair”.
2.     “Urina de bebê do sexo masculino cura a conjuntivite”.
3.     “Cebola partida debaixo da cama faz a febre passar”.
4.     “Sangue de galinha preta faz a dor de dente passar”.

Superstição Religiosa – É aquela que surge a partir de alguma influência religiosa, seja pagã ou supostamente cristã. Os que creem pensam que ela exerce influência direta na sua vida espiritual. É importante salientar que expressão Superstição Religiosa é muito ampla e abrange todas as crendices presentes em todas as religiões, por isso iremos classificá-la em Superstição Pagã e Superstição Cristã.
a)     Superstição Pagã – Queremos dizer que esse tipo de superstição está presente em todas as religiões não cristãs e tem a sua origem a partir da influência de entidades ou experiências espirituais. A seguir, alguns exemplos de superstições típicas de religiões pagãs:

1.     Usar roupa branca no réveillon para dar sorte no ano novo.
2.     Passar debaixo da escada dá azar.
3.     O movimento dos astros tem influência em nossa vida.
4.     O número 13 traz "mau agouro".

b)    Superstição Cristã - A Superstição Cristã pode ser tanto católica quanto evangélica e neste primeiro momento iremos tratar exclusivamente sobre as superstições entre os católicos, mas antes de tudo é importante relembrar que a Reforma Protestante foi fortemente motivada pelas crendices que surgiram sob influência do paganismo ou mesmo de uma interpretação equivocada das Escrituras ou ainda um misto de influência pagã com falsa interpretação do texto bíblico. Dessa forma, ainda encontramos diversas crenças infundadas entre os católicos, conforme se vê a seguir:

1.     Fazer o sinal da santa cruz (benzer) protege do mal.
2.     Uso do terço para afastar os espíritos.
3.     Trabalhar em dia santo traz azar.
4.     O uso da água benta para exorcizar.

Entre os evangélicos tudo indica que a superstição acontece com frequência maior. Sim! Talvez sejamos o povo mais supersticioso que existe. Somos o único povo que tem o único livro sagrado inerrante, infalível e que é a Palavra de Deus, mas, apesar disso, é entre nós que surgem os maiores absurdos dentro do Cristianismo no que concerne às crenças infundadas, cuja gênese está em influências pagãs, católicas, interpretação equivocada das Escrituras (ou mesmo a falta dela), e ainda nas supostas revelações que podem ser tomadas com igual peso das Escrituras e acabam se tornando doutrina que pode “definir” a salvação e, por fim, a experiência. No entanto, é necessário afirmar que as superstições surgem e encontram maior apoio nas denominações pentecostais (em menor frequência) e neopentecostais, onde o estudo sistemático das Escrituras e sua correta interpretação podem ser negligenciados.
Iremos analisar as principais superstições no meio evangélico e como elas podem ter surgidas:
Superstições por interpretação equivocada da Bíblia
1.     “A palavra tem poder” (Tg 3)
2.     “O óleo da unção tem poder” (Tg 5.14)
3.     “Oração de joelhos é a mais poderosa forma de oração”. (Mt  6.5)
4.     “Entregar o dízimo traz prosperidade”. (Ml 3.10) Ver Ef 1.3

Superstição sob influência católica ou pagã
1.     “Deixar a Bíblia aberta no salmo 91 para espantar os espíritos”.
2.     “ Galho de arruda representa purificação espiritual”.
3.     “Sal Grosso para descarregar energias ruins”.
4.     “Oração no monte tem mais poder que em outro lugar”.

Superstição a partir de “revelações” ou experiência
1.     “Não subirá no arrebatamento quem dormir sem roupa”.
2.     “Mulher menstruada não pode participar da Santa Ceia”
3.     “Orar de madrugada é mais eficaz que em outro horário”
4.     “A oração do pastor é mais poderosa que a do crente comum”



Um dos lemas de Reforma era “igreja reformada sempre se reformando”, mas o que podemos ver hoje são igrejas reformando antigas práticas supersticiosas, dando-lhes agora uma nova roupagem sob a alegação de um suposto embasamento bíblico. Enfim, a adesão de alguns setores do protestantismo ao sincretismo religioso tem gerado crentes defeituosos, interesseiros, que desconhecem a Bíblia e acreditam na palavra de seus líderes como se fosse a própria Palavra de Deus. Não é difícil dizer que algumas dessas crendices podem acarretar a perda da salvação, pois não tem embasamento bíblico, mas são consideradas como se fossem tivessem. Se a igreja não voltar às Escrituras (e aqui está o significado do lema da Reforma acima citado), tão certo voltará à época da Idade Média e Bíblia, em vez de ser a Palavra de Deus, será considerada um amuleto de  boa sorte!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

“A música evangélica involuiu”, afirma Marcos Góes

O cantor e compositor Marcos Góes, em entrevista ao programa de rádio Onde os Fracos Têm Vez, transmitido pela rádio Sara Brasil FM em Florianópolis, fez afirmações pessimistas acerca do estado da atual música cristã contemporânea produzida no Brasil.
Góes defendeu a tese de que ocorre, atualmente, uma involução. “Eu não acho que a música evangélica evoluiu, e sim involuiu. Músicas com poucas notas, letras repetitivas… Não vejo preocupação com o conteúdo, tanto instrumental como poético. Isso causa um pouco de tristeza, porque a gente deveria evoluir, fazendo algo mais caprichado”.
O cantor ainda traçou um paralelo das músicas de hoje com canções de uma época que, segundo ele, “os cantores e compositores tinham comprometimento com Deus de uma maneira muito íntima, fiel e extraordinária”. Referindo-se às décadas de 1970 e 1980, Góes que o comprometimento de parte dos artistas está diretamente relacionado ao mercado fonográfico.
Trechos da entrevista, divulgada pelo portal Efrata Music, do compositor Elvis Tavares, revelam uma forte crítica de Góes a uma visão, segundo ele, comercial por trás das faixas. O músico defende que “há um apelo comercial até na confecção da parte poética das canções. Isso é muito ruim”, lamentou.
Não é a primeira vez em que Marcos tece críticas à música cristã contemporânea atual. Há cerca de três anos, o artista publicou um artigo de opinião acerca de sua visão do meio musical evangélico, baseada em sua história de vida. O texto, chamado Vende-se um Cantor Gospel, foi publicado em suas redes sociais.
No texto, o músico relembrou sua história durante a década de 1980 com Janires, cuja relação se deu ainda nos tempos em que o capixaba era vocalista e líder da banda Rebanhão. Segundo Marcos, o desprendimento dos valores materiais que Janires mostrava que seu comprometimento, antes de tudo, era com Deus. “O combustível e a motivação era o amor”.
Fonte: Gospel Prime