Conforme
já disse o poeta João Alexandre, a música cristã no Brasil não passa de mera
repetição e isso se aplica quase exclusivamente à artistas ligados ao meio
pentecostal (ao qual pertenço) que mesmo sofrendo duras críticas não conseguem
alinhar suas composições às principais doutrinas cristãs.
Damares
já apanhou muito por causa de “Sabor
de Mel”, contudo parece que ela não aprende mesmo, pois depois de “Sabor de Mel”
vieram outros sucessos com o mesmo teor triunfalista e há pouco mais de duas
semanas ela lançou o primeiro single intitulado
“Ressuscita” de Moisés Cleyton (aquele que faz dueto com Giselli Cristina) que
faz parte do próximo álbum da cantora. Inicialmente, antes de verificar a
letra, pensei que se tratava da maravilhosa doutrina da Ressurreição dos Santos,
no entanto, a composição não passa de mera cópia de “Ressuscita-me” de Anderson
Freire, interpretada por Aline Barros. O cara (Moisés) não foi criativo nem no
título da música e apenas nos mostra que existem algumas temáticas, clichês e
frases de efeito que, quando estão na moda, se fazem presentes nos grandes hits
evangélicos, como a temática dos “sonhos”, da “geração apaixonada”, das “chuvas
de poder, de avivamento, de cura” ou os famosos “como Zaqueu”, “como José”, “como
Davi” e por aí vai.
O single, por ser uma cópia mal feita de “Ressuscita-me”,
claro, aborda o caso da ressurreição de Lázaro e aí está o texto completo da
composição:
O vento forte tem soprado
O medo quer te sufocar
A noite escura te apavora
O sol pra ti não quer brilhar
Não vejo mais o seu sorriso
Parece que o sonho acabou
Estão na cova seus projetos
A esperança terminou
Mas lá vem Ele na estrada
Em sua casa vai chegar
Vem pra ressuscitar os seus sonhos
|
A pedra não vai segurar
Ele te chama pelo nome
Vem para fora, amigo meu
A história não termina assim
Tu és Meu filho, Eu sou Teu Deus
Ressuscita, ressuscita
A esperança que morreu
Ressuscita, ressuscita
Eu sou Jesus, Filho de Deus
Amigo seu
|
Difícil é saber para quem
ela está cantando. Claro, para Jesus não é! Mas me refiro à quem ouve. Na casa
de quem Jesus vai chegar, ressuscitar os sonhos, remover a pedra e chamar pelo
nome? Seria na casa de todas as pessoas que ouvirem a música? Se assim o for,
então os evangélicos estão bem e voltarão a sonhar à vontade! E se não for assim?
Aí vale o que já disse o cantor Marcos Aurélio em crítica: a lei da probabilidade.
Mas infelizmente, como o próprio Marco Aurélio já disse, não funciona assim as
coisas com Deus.
Mas eu encontrei um “enigma”
na música! O compositor disse que Deus vai ressuscitar
os sonhos, mas ele não diz que esses sonhos serão realizados. Ora, se Deus ressuscitar os sonhos e não os realizar,
logo estará brincando com a fé dos sonhadores
e seria melhor deixá-los mortos. De outra forma, como é que o compositor
sabe que Deus vai ressuscitar os
sonhos de todos que ouvirem a música? É muita besteira...
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