sábado, 26 de março de 2016

EVANGÉLICOS QUE NÃO PENSAM



“Entendes o que Cantas?” Este é o assunto da última aula do primeiro trimestre de 2016 da revista de juvenis da CPAD que encerra o tema geral “Louvor e Adoração”, em que o escritor Robson Rocha questiona mui sabiamente os equívocos doutrinários presentes na maioria das músicas evangélicas de grande sucesso nos dias de hoje e alerta para o fato de os evangélicos não se importarem com o conteúdo desses hits.
O questionamento do referido escritor faz-se necessário, mas levanta outro: os evangélicos de hoje estão sendo ensinados a pensar?
Se fizermos uma análise rasa do cenário “gospel” descobriremos que os evangélicos gerados a partir do início do século têm algumas deficiências que surgiram desde a sua suposta “conversão”. Claro que isso não se aplica a todos que aceitaram a Cristo na última década, mas a referência que faço é o ambiente neo pentecostal e até mesmo pentecostal, onde a fé de muita gente foi gerada sem o fundamento suficiente das Escrituras. O pragmatismo usado nessas denominações pode facilmente substituir qualquer embasamento sólido nas doutrinas da nossa fé, de maneira que os critérios para o acesso ao Reino de Deus tornaram-se frouxos demais, como uma espécie de “vale-tudo”.
Os cristãos que entraram no Reino foram atraídos por outros motivos, como a promessa de prosperidade, saúde e sucesso, no entanto, quem vem à Cristo unicamente por esses motivos tornam-se crentes interesseiros, sensíveis demais (são machucados facilmente) e não tem apego ao estudo piedoso das Escrituras. Aqui deve estar a resposta para o questionamento levantando por mim: os evangélicos de hoje estão sendo ensinados a pensar?
Considerando esses meios usados para salvação de pessoas não há dúvidas de que os evangélicos não estão sendo influenciados a serem racionais, ou seja, eles estão sendo ensinados a “sentir” ao invés de “pensar”! E aí está a explicação para tantas bobagens presentes na música cristã, pois o pensamento cristão é totalmente influenciado pelo conhecimento da Bíblia, mas se esses cristãos não vieram a Cristo por causa do seu evangelho (que é a base do nosso pensamento) não podemos esperar deles alguma racionalidade, ou melhor, capacidade para interpretar, julgar, discernir, criticar.
O que nos entristece é o número crescente de evangélicos que receberam todo o embasamento das Escrituras, são crentes velhos na fé, mas acabaram aderindo à nova onda “gospel”. Isso inclui também artistas do segmento que no início de suas carreiras eram piedosos, preocupados com o respaldo bíblico de suas canções, e hoje defendem em suas letras a Confissão Positiva, o Evangelho da Autoajuda e mísera Teologia da Prosperidade. Realmente, o povo perece por falta de conhecimento, pois se esses irmãos estudassem com amor as Escrituras seriam seres pensantes e menos emotivos e, por conseguinte, essas músicas não teriam espaço em nossas igrejas. 

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